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Mão Morta cruza memórias da Revolução com ameaças do fascismo

  • Da redação
  • 14 de mar.
  • 2 min de leitura

Os Mão Morta chegam a Covilhã neste sábado (15) para mostrar seu último trabalho “Viva la Muerte!”, editado no passado dia 17 de janeiro, em suporte CD e duplo vinil, pela Rastilho Records. Com nove temas, correspondentes aos nove temas que compõem o espectáculo homónimo que comemora os 40 anos da banda, dele foi retirado um single, com o mesmo título. O concerto começa às 21h30, no Teatro Municipal da Covilhã. No espectáculo, a banda continua a refletir as memórias da Revolução dos Cravos, a liberdade e a democracia e a constante ameaça do retorno do fascismo.


As sessões de gravação de “Viva La Muerte!” arrancaram no final de setembro do ano passado, nos Arda Recorders, no Porto, sob a produção de Zé Nando Pimenta, já conhecido pela sua colaboração com a banda no álbum “Pelo Meu Relógio São Horas de Matar”, de 2014. Em nove temas, o novo longa-duração explora uma narrativa que cruza memórias da Revolução de Abril, a comemorar 50 anos, com uma reflexão crítica sobre os sinais de regressão democrática e as ameaças do fascismo contemporâneo.


Terminado o ciclo de apresentações do espectáculo pelas 6 salas que o coproduziram, com sessões esgotadas (salvo no Teatro das Figuras, em Faro, e no Vila Flor, em Guimarães, que ficaram muito próximos de esgotar), os Mão Morta iniciam na Covilhã a sua apresentação por outros espaços, mostrando a sua visão da pulsão de morte que domina o ar dos tempos, com os seus actos de chamamento ao ódio e à intolerância.


Em 2024, comemorou-se os 50 anos do 25 de Abril e os 40 de Mão Morta. Números redondos, que se entreolham, já que sem a Revolução dos Cravos a banda de Braga, tal como a conhecemos, jamais existiria. Sem o espaço da liberdade, esta voz não poderia ter-nos dito o que disse, nem sequer ter editado muitos dos seus álbuns, ou ter sido agitadora da nossa cultura.  O projecto reflete a ligação entre as conquistas de Abril e a liberdade que permitiu à banda existir, segundo Adolfo Luxúria Canibal, vocalista e letrista do grupo. “A Revolução de 25 de Abril tornou possível a nossa expressão artística, marcada por uma intervenção estética, social e política muitas vezes fraturante“, explica o cantor. 



Mas apesar do meio século de democracia, urge tomar o pulso à realidade, vigiar discursos e movimentos que sugerem regressões. No meio deste perigo que espreita a cada esquina, os Mão Morta querem voltar a ser sentinelas da liberdade criando o seu novo trabalho a partir de algumas das referências maiores do nosso passado contestatário. Zeca, Zé Mário, Adriano ou Ary revelam-se num coro masculino, um simbolismo direto ao hino Grândola, Vila Morena.




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