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E se as ruas da Covilhã tivessem nomes de mulheres?

  • Da redação
  • 25 de jan.
  • 2 min de leitura

Nesta semana as ruas da Covilhã foram tomadas por novas placas com nomes de ruas. Isso não seria fora do comum a não ser por um motivo: todas placas traziam nomes de mulheres. Em 25 ruas da cidade, dominadas por nomes de homens, foram apresentados nomes alternativos de mulheres. Esse foi um ato organizado pelo colectivo Coolabora, através do Coolaboratório, que reúne cerca de 40 jovens activistas pelos direitos humanos e pelo direito à igualdade entre mulheres e homens. O objetivo foi dar visibilidade às mulheres e sua importância na vida da cidade e de Portugal.


Foi apenas um exercício hipotético colocar as placas de mulheres nas ruas. As placas dos homens vão continuar no mesmo lugar. Mas ação serve para a sociedade perceber como a cidade é dominada por homens, seja em placas, seja em bustos, seja em nomes de praças. “É um exercício que é também de cidadania”, afirma nota do Coolabora. O grupo criou placas toponímicas, com um grafismo semelhante às que existem na cidade, e deu-lhes nomes de mulheres locais, mas também de outras que lutaram pela liberdade, trabalhadoras, mulheres invisibilizadas ou que enfrentaram opressões.


Na principal via comercial da cidade, junto à placa da Rua do Comendador Mendes Veiga, surge uma outra, com o nome Rua Rosa Veiga, industrial dos lanifícios. A Rua Maria Lurdes Parente Silva é uma homenagem à presa política pela ditadura; Rua Adelaide Cabete, médica; Rua Carolina Beatriz Ângelo, médica e a primeira mulher a votar em Portugal; Rua Celeste Caeiro, que distribuiu os primeiros cravos na revolução do 25 de Abril; Rua Maria de Lurdes Pintassilgo, primeira-ministra do V Governo Constitucional; e a Rua de Todas as Mulheres.


A invisibilidade das mulheres manifesta-se de muitas formas e os nomes atribuídos às ruas revelam escolhas políticas que reforçam a hegemonia masculina. Esta campanha lançada pelo grupo de jovens activistas que a CooLabora acolhe serve para reflexão sobre o papel de géneros na sociedade.





Maria de Lurdes Parente da Silva foi presa política durante a ditadura em Portugal
Maria de Lurdes Parente da Silva foi presa política durante a ditadura em Portugal

Activistas colocaram placas em pontos da cidade, ao lado de placas que levam nome de homens
Activistas colocaram placas em pontos da cidade, ao lado de placas que levam nome de homens

Coolaboratório reúne 40 jovens que lutam pelos direitos humanos e pelo direito das mulheres
Coolaboratório reúne 40 jovens que lutam pelos direitos humanos e pelo direito das mulheres

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