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Atleta de matraquilhos da Covilhã disputa mundial nos EUA

  • Da redação
  • 6 de mar.
  • 3 min de leitura

Uma atleta de Covilhã anda fazendo grande sucesso em um desporto que talvez não seja dos mais conhecidos pelo mundo. Ângela Costa, 33 anos, ganhou notoriedade ao conquistar ano passado o Campeonato Mundial de Matraquilhos, ou futebol de mesa, uma prática popular em Portugal. Em maio de 2025 a atleta vai defender o título de melhor do mundo no certame mundial em Dallas, nos Estados Unidos.


Apesar de integrar o top mundial, Ângela continua a ser considerada uma atleta amadora. A campeã treina num centro especializado em matraquilhos na Covilhã, conciliando a preparação com o trabalho numa residência de idosos. Mesmo com um horário exigente e limitações financeiras para competir, Ângela conseguiu destaque mundial no desporto.


Além do título mundial, conquistado em Paris, ao ganhar o World Series Bonzini 2024, na categoria simples feminino, a atleta portuguesa é também campeã nacional em singulares e a pares. No último caso, faz equipa com Melinda, de 10 anos, sua filha, que já pratica oficialmente a modalidade há dois anos. Aliás, a família toda está envolvida com o matraquilhos. Bruno Garra, o marido, é seu técnico já conquistou com ela o título português na categoria mista. E o sogro, António Garra, é presidente da Associação de Matraquilhos e Futebol de Mesa de Portugal.


Para conciliar com o trabalho na residência sênior, Ângela treina nas horas vagas, no Centro de Treinos e Formação Associação de Matraquilhos e Futebol de Mesa do distrito de Castelo Branco, na Quinta do Sangrinhal, na Covilhã. Em Portugal o desporto ainda é considerado amador, mas já conquistou o status de profissional em países como a Alemanha, França e EUA.


Conhecido em Portugal como matraquilhos ou matrecos, o desporto é um jogo inspirado no futebol, que consiste em manipular bonecos presos a manetes, possibilitando "jogar futebol" numa mesa. Em Portugal, existe competição oficial organizada desde 2007, ano da criação da Federação Portuguesa de Matraquilhos, que gere oficialmente a modalidade de futebol de mesa. A federação é reconhecida internacional pela  International Table Soccer Federation (ITSF).

 

Origem

Inventado na Europa, há registros de patentes de jogos de futebol de mesa no início do século passado na Alemanha, na Inglaterra e na Espanha. Segundo a versão deste último, que considera o futebol de mesa um patrimônio nacional, o jogo teria sido inventado pelo galego Alexandre de Fisterra, ferido em 1936 durante a Guerra Civil Espanhola. No hospital em que ficou internado, em Monserrat, conheceu muitas crianças também feridas e impossibilitadas de jogar futebol. Ele, então, teria se inspirado no tênis de mesa para criar o futebol de mesa.


O jogo rapidamente divulgou-se pela Europa. Tanto que, na década de 1960, quando Alexandre de Fisterra regressou à Espanha, o jogo encontrava-se já largamente divulgado, embora muito do crédito desta divulgação se deva ao fato dos fabricantes valencianos o assumirem como jogo nacional.


Contudo, essa versão da origem do futebol de mesa é contestada pelos alemães, que garantem que o jogo foi criado por Broto Wachter, que teria comercializado uma mesa de futebol já em 1930. A diferença é que todos os objetos eram de madeira, incluindo as barras, e os "jogadores" não tinham forma de bonecos, sendo pequenos triângulos. Hoje em dia, o desporto é muito popular e as mesas mais modernas possuem barras de titânio, bonecos de plástico e até placar eletrônico.


Fotos: Valter Vinagre






 

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